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Espetáculo premiado “Candomblé da Barroquinha” volta à cena no IC Encontro de Artes

Por em 30/07/2025 Atualizado em 02/12/2025 21:44


Absoluto e premiado sucesso do teatro baiano, “Candomblé da Barroquinha” volta à cena na 17ª edição do IC Encontro de Artes, no dia 28 de agosto, às 20h, no Espaço Cultural da Barroquinha. Os ingressos estão por R$50,00 inteira e R$25,00 meia, com venda pelo Sympla.

Ascendência, memória e encantamento. É pedindo licença para pisar em solo sagrado que o espetáculo “Candomblé da Barroquinha” faz uma ode ao Candomblé Ketu, maior e mais popular nação do Candomblé no Brasil, remontando suas origens, e celebra a história espiritual e cultural do povo negro diaspórico.

Com direção de Thiago Romero, texto de Daniel Arcades e elenco potente, a montagem traz à cena as vivências cotidianas de Marcelina, uma jovem abian, e da comunidade à sua volta.

Uma narrativa ficcional com raízes históricas

Apesar de ficcional, a obra é fundamentada a partir da pesquisa do diretor e do dramaturgo, e o enredo revisita o que se tem como umas das histórias sobre a origem do candomblé.

“Nosso povo merece conhecer a história das mãos que fizeram este país. A arte tem como um de seus compromissos reinventar universos, heróis e heroínas para seus apreciadores e assim estamos fazendo. Por mais que nos faltem dados, não nos faltam a memória do corpo, a memória das vozes esquecidas e os documentos não-oficiais. Estamos aqui para contar uma história pouco conhecida e muito necessária para nossa população”, destaca o diretor Thiago Romero.

Princesas africanas e a fundação do templo mais antigo do Brasil

Em “Candomblé da Barroquinha”, o público conhece a história de três princesas africanas chegadas à Bahia na condição de escravizadas – Iyá Adetá, Iyá Kalá e Iyá Nassô -, personagens celebradas pela oralidade, que teriam fundado, no bairro da Barroquinha, o mais antigo templo de culto africano do país, tornando-se assim o símbolo de resistência, fora da África, dos reinos de Ketu e Oyó. Com sua sabedoria ancestral, elas criam uma das comunidades Jeje-Nagô mais importantes fora do território africano, reconstituindo na Bahia os locais sagrados destruídos pelo violento processo de colonização.

Elenco forte e equipe criativa de destaque

O elenco inclui nomes conhecidos da cena teatral baiana, como Nitorê Akadã, Yalorixá do Ilê Axé Egbe Omi N’lá, Fernanda Silva, Larissa Libório, Shirlei Silva, Antonio Marcelo e Diogo Teixeira. A coreografia é de Nildinha Fonseca, coreógrafa e bailarina do Balé Folclórico da Bahia, e a direção de produção é de Laise Castro.

Foto: Caio Lírio

IC Encontro de Artes Festa no Front

A 17ª edição do IC Encontro de Artes é de “Festa no Front”: um festival como festividade em zona de conflito, para assumir que a arte não está fora da crise – ela acontece com a crise, no conflito, contra a lógica que exige que se produza uma suposta paz onde há urgência. Para afirmar que palco, rua, corpo e gesto podem ser armas sensíveis de criação e crítica. Para permitir que a festa seja não só alívio e distração, mas também espaço de elaboração política e coletiva. Um ritual material e simbólico de presença.

De 20 a 23 de agosto, a programação é em Candeias e Madre de Deus. De 25 a 31 de agosto, em Salvador. Espetáculos, performances, shows, residências artísticas, oficinas, bate-papos e muito mais, na convocação de festividades em zonas de conflito.

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Rafaele Libório

colunista

Publicitária, agitadora cultural e apresentadora. Apaixonada por comunicação e cultura baiana, fundou a Roda Cultural onde atua como diretora criativa, produtora de conteúdo, redatora, filmmaker, editora e em tudo que precisar, é o famoso: pau para toda obra.

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