A Feira Baiana da Agricultura Familiar chega à sua 16ª edição com uma programação extensa, marcada pela presença significativa de povos indígenas e comunidades quilombolas. O evento acontece entre os dias 10 e 14 de dezembro, no Parque Costa Azul, em Salvador, reunindo milhares de visitantes e mais de 6 mil produtos da agricultura familiar de todo o estado.
Com entrada gratuita, a feira se consolida como um dos principais espaços de valorização da tradição, da cultura e dos saberes ancestrais da Bahia, reunindo artesanato, gastronomia, música, bebidas artesanais e experiências culturais diversas.
Presença indígena e quilombola: tradição e identidade
As Tendas Indígena e Quilombola serão dois dos pontos de maior destaque desta edição. O público poderá conhecer de perto a produção artesanal de povos e comunidades tradicionais que transformam seus conhecimentos ancestrais em arte, sustento e preservação cultural.
Artesanato e identidades visuais
Nas tendas, os visitantes encontrarão:
- Cestarias, cerâmicas e tapetes
- Biojoias e acessórios (bolsas, brincos, colares)
- Roupas com identidade étnica
- Artigos rituais e culturais, como cocares e instrumentos musicais
- Ervas, raízes e produtos naturais
Cada peça carrega história, espiritualidade e território, reforçando o elo entre preservação ambiental e resistência cultural.
Sabores da ancestralidade Payayá
Entre as produções indígenas, chama atenção a agroindústria dos Payayá, de Utinga (Chapada Diamantina), que transforma frutos nativos em:
- geleias e compotas
- doces artesanais
- bebidas naturais
- ervas tradicionais
Além disso, destacam-se produtos da caprinocultura, como doce de leite de cabra, queijo artesanal e ambrosia, todos livres de aditivos químicos.
Otto Payayá explica que cada item nasce de uma relação espiritual profunda com a natureza:
“Esses frutos nativos são cuidadosamente selecionados e transformados em produtos que expressam nossa ancestralidade e o cuidado com a terra.”
Cultura quilombola e sustentabilidade
Na Tenda Quilombola, a artesã Bilu, da ABPAGI (Baixo Sul), apresentará biojoias produzidas com coco de piaçava, fruto do extrativismo sustentável.
Segundo ela:
“Nossas peças são manifestações vivas da nossa história e da força da cultura quilombola.”
Chopes, gastronomia e música: diversidade em todos os sentidos
Além da dimensão cultural, a feira também fortalece a criatividade gastronômica da agricultura familiar.
Cervejas artesanais com identidade territorial
O evento reunirá choperias de oito cooperativas, com variedades que utilizam ingredientes típicos, como:
- mandioca
- cacau
- café
- licuri
- umbu
- caju
- cajá
Duas praças gastronômicas
Para acompanhar os chopes artesanais, o público terá acesso a pratos e produtos como:
- moquecas
- caldos
- opções veganas
- iguarias regionais
Programação musical em três palcos
A música será um componente central da experiência, ocupando três palcos ao longo dos cinco dias de evento, valorizando ritmos e artistas da cena baiana.
A programação completa inclui artistas regionais, grupos tradicionais, bandas contemporâneas e manifestações culturais que reforçam o caráter diverso e popular do evento.

Um evento para 60 mil visitantes
A expectativa é que 60 mil pessoas passem pelo Parque Costa Azul entre os dias 10 e 14 de dezembro.
Realizada pelo Governo do Estado da Bahia, por meio da SDR e CAR, em parceria com o MDA e a Unicafes Bahia, a Feira Baiana da Agricultura Familiar se reafirma como um dos eventos culturais, econômicos e turísticos mais importantes do estado.
Foto: Mateus Pereira/GOVBA






